resistencia

Wednesday, July 11, 2007

APAGADA E VIL TRISTEZAA propósito de São Bento


A propósito de São Bento

Bento de Núrcia, depois de uma luta travada em várias frentes para realizar aquilo que percebeu ser a vontade de Deus a seu respeito, faleceu no cimo do Monte Cassino, o eremitério que se transformara já na abadia nais famosa de todo o ocidente, a 21 de Março de 547.
Passa de 1460 anos.
Roma estava à mercê de Constantinopla, cujo imperador, abusando da fraqueza do Papa Vigílio, tentava o que não conseguira um século antes com Gelásio I.
Mas a fidelidade de Bento deixava atrás de si uma retaguarda que, passados quarenta anos, após alguns pontificados medíocres, daria a Gregório I, conhecido na história por Gregório Magno, o quadro, as ideias e as pessoas que iriam levar por diante a grande empresa de salvar a romanidade.
Romanidade, outra palavra que podíamos usar como sinónimo de Europa: Europa, que se constitui como unidade cultural amalgamando a imensa riqueza que lhe vinha dos impérios antigos, dos faraós aos macedónios, com o cristianismo penetrando tudo, salvando tudo o que, em qualquer cultura é verdadeiramente humano.
Não fora o desnorte que domina os nossos políticos e o confrangedor complexo de laicidade que bloqueia os católicos portugueses, nascidos num dos países onde há mais recordações do espírito de São Bento, neste período da Presidência portuguesa... melhor não acabar, não venham a erguer-se os fantasmas que as referências a este facto na nossa comunicação social lançam no horizonte de quem não se conforma com esta “apagada e vil tristeza”.

Sunday, July 08, 2007

GENERALIZAÇÃO DO ATAQUE SOEZ



Apunhalado pelas costas

Havia um seviço noticioso que me chegava por cabo, muito curto, como eu gostaria que fossem todos os telejornais, e ao qual dava certa credibilidade. Por isso, sempre que podia, quando suspeitava de que algo tinha acontecido a merecer atenção, à hora exacta, lá estava a ver e ouvir. Depois, comecei a andar de decepção em decepção: fui descobrindo que a desonestidade se apoderava também do jornalismo alimentado pelos nosso impostos, com a agravante de essa dcesonestidade se mascarar de independência.
Agora ouçam como esse canal deu a notícia da publicação do Motu Proprio Summorum Pontificum: (As palavras não são textuais, mas sou fiel às ideias) O Vaticano publica um doccumento que assinala o regresso do latim à liturgia católica: regozijo dos tadicionalistas e inquietação da comunidade judaica. E donde vem a inquietação desta comunidade? Da existência, no missal de São Pio V, de uma oração a pedir a conversão dos judeus.
Pasme-se!
Em primeiro lugar, o latim, segundo as prescrições do VaticanoII, continua a ser a língua oficial da liturgia romana: não regressa, porque nunca partiu. Apenas se modifcou o modo de celebrar e se permitiu, nas celebrações com o povo, o uso das línguas vernáculas, com traduções aprovadas pela autoridade competente.
Esse modo de celebrar, ( o modo de celebrar, não a língua vernácula) após a refeorma de 1970, tornara-se obrigatório, exceptuando alguns casos individuais, em que era permitdo o uso do missal reformado por João XXIII, em 1962. Em 1988, João Paulo II concedeu aos bispos a faculdade de autorizarem o uso deste missal sempre que isso lhes fosse pedido razoavelmente. O que o texto de Bento XVI faz é conceder a qualquer sacerdote que o deseje, no caso da celebração particular, ou entenda ser útil para os fiéis, em celebrações com o povo, autorização para isso, sem necessidade de recorrer ao bispo.
E a inquietação dos judeus?
É um dos casos mais espectaculares de má fé da comunicação social e de todos os que dela se fizeram eco:
Primeiro:
A referida oração, incluída na longa litania da sexta-feira santa, foi, como outras, totalmente refundida em 1959, ainda antes da publicação do missal de São Pio V, reformado por João XXIII, em 1962.
Segundo, a Tríduo Pascal, nas disposições de Bento XVI, fica excluído da autroização agora concedida a todos os sacerdotes, quanto ao uso do missal de 1962.
É ou não é, apunhalar a verdade, este modo de dizer as cosias?
E não se fale de ignorância onde ela é tão culpada como a má fé.

Friday, July 06, 2007

OBJECÇÃO DE CONSCIÊNCIA



Outro desabafo

Tenho de utilizar a televisão por cabo, para encontrar um pouco de cultura através do pequeno écrã, que há muito deixou de ser a tal caixinha mágica de que ouvia falar quando era jovem.
Neste canal estrangeiro, presta-se homenagem a essa grande artista falecida ontem, Régine Crspin de seu nome: partem dos anos mis recentes para os mais recuados... maneira habilidosa de no-la mostrarem cada vez mais jovem, mas também processo adequado à demonstração da precocidade do seu talento.
Passam-me os dedos por um documento do Ministério das Finanças que me informa do que tenho a pagar, até um de Agosto, como contribuinte que entregou a tempo a sua declaração de IRS.
E penso naquilo em que está a ser gasto o dinheiro dos nossos impostos.
Desde muito criança aprendi que todo o cidadão devia dar o seu cotributo à promoção do bem comum. E isso traduzia-se no dever de pagar a tempo e horas os impostos.
A única questão que se punha então era a da justiça das leis tributárias.
Hoje, sem que deixe de ter actualidade essa questão, a pergunta mais séria, mesmo mais acutilante para a consciência de cada um, é a de saber que faz o Estado com o dinheiro que nos tira.
Porque temos de começar a falar nos objectores de consciência relativamente aos impostos: serei eu obrigado a entregar ao Estado valores que ele emprega em práticas que violam a minha consciência?
Não valem as maiorias votantes, já que uma democracia sã respeita os direitos das minorias. E se eu entendo que pagar os impostos é tornar-me cúmplice de graves violações dos direitos humanos, posso pelo menos fugir a esse pagamento... por todos os meios ao meu alcance... assumindo, como é óbvio, num Estado que só aparentemente é um Esatdo de direito, os riscos que isso encerra.

Thursday, July 05, 2007

A MOTRTE DA DIVA

Apenas um desabafo

Tarde de solidão pesada – às vezes assaltam-me estas fantasias – em busca de algo que me alargue os horizontes sem reduzir a lucidez com que gosto de me analisar, sobretudo quando estoui sozinho: porque se nos perdemos de nós próprios, onde havemos de fixar a ponte relacional que nos faz sentir pessoas?
Vou de canal em canal – qual deles o mais desertificado, quanto a valores culturais – até parar ali, onde, apesar das cedências já feitas à sociedade de consumo, mais minuto, menos minuto, sempre nos mimoseiam com espectáculos que nos ajudam a perceber que somos seres superiores à besta a que este mundo economicista e massificador quer reduzir-nos.
De repente... era ela, Régine Crespin... um pouco estragada pelos anos e pela doença, mas era ela.
Porém, antes que começasse a falar, notícia de rodapé: (traduzo de memória) Régine Crespin faleceu este cinco de Julho de 2007. Como homenagem reproduzimos o presente programa.
Conhecia a sua voz, pouco da sua vida e muito da sua arte; mas o que senti não foi tanto por causa dela, como pelo que pode significar, num undo como este, numa Europa que se afunda em inquietações que põem as coisas à frente das pessoas.
Este mundo fica assim mais pobre... e ninguém se inquieta. Nem se fala disso.
É uma tristeza, sobretudo quando reparamos no panorama da nossa comunicação social, entretida com mexericos de bairros problemáticos, sempre à busca do último boato, a ver se ganha a corrida da má língua, a ver quem diz de modo mais escabroso o que aconteceu ao cão que foi mordido pelo dono.
Régine Crespin, Henrique Viana... e o mercantilismo em busca de novas maravilhas, para encantar espíritos vazios e encher as bolsas que guardam a lucidez necessária para o negócio.