resistencia

Thursday, April 10, 2008

A ORQUESTRA


Muito feliz, na mesma

Soube pelos jornais e como notícia do passado.
Para quem sonhou tantos anos com uma coisa parecida, saber assim, por mero acaso, acontece sempre um momento neutro, uma espécie de terra de ninguém, no campo dos sentimentos: a gente não sabe se deve ficar contente, se dar espaço a uma certa decepção... porque o sonho se realiza sem nos pedir licença, sem mesmo nos informar.
Mas é apenas um momento: serve para medirmos também o pouco que valemos perante o real significado das coisas.
Leiria tem uma Orquestra Sinfónica!
Oh, como eu desejo que não se trate de mais uma ironia do destino!
Foi uma surpresa total... o que significa que também me não dei conta da alegria da cidade, se é que a teve.
Mas estou contente, muito feliz, na mesma.

Tuesday, April 08, 2008

SERÁ APENAS UM PRESSENTIMENTO?

Não é verdade que os chamados jogos pan-helénicos, nascidos à sombra dos deuses e a eles dedicados - o que acabou por ser decisivo na sua decadência e definitiva extinção, já nos últimos anos do século IV cristão -, não é verdade que esses jogos fossem totalmente alheios aos interesses, sobretudo das grandes famílias, que jogavam neles o seu prestígio social e político.
Tinham a vantagem de serem organizados sempre na mesma cidade, de não incluirem prémios monetários e de não haver disputas senão entre os participantes, o que fazia com que tudo acabasse por ser realmente desportivo, ainda que, de facto, não pudesse competir quem não tinha dinheiro.
O Barão de Coubertin, ao querer restaurar os jogos olímpicos como competição puramente desportiva, eliminou deles aquilo que, apesar das aparências, os mantinha, de facto no âmbito desportivo: o seu carácter de festa gratuita, ligada à transcendência e o lugar fixo da sua fixação, impedindo assim competições de prestígio entre cidades.
Pierre de Coubertin pode bem considerar-se, não direi propriamente um precursor, mas um símbolo do que se passa com os actuais construtores da Europa:
Há, porém, uma grande diferença: o generoso aristocrata francês, ainda que não tenha visto o vergonhoso espectáculo a que assistimos neste momento, deu-se conta bem cedo do logro em que tinha caído; os autores do tratado que agora se chama de Lisboa nunca assumirão a responsabilidade que lhes incumbe no infeliz futuro dos povos que aglutinam com ineresses puramente comerciais e estratégicos.