Saturday, March 24, 2007

CINQUENTA ANOS


A memória e as mágoas

Vai longe, no seu recuo, o meu pensamento: emtre Roma e Lisboa/Leiria – ali, mal saído da adolescência, sonhara sem medida, deixando que a razoabilidade se perdesse na loucura... aqui, depois de passar pelo encanto da Alta Baviera, onde assistira a uma campanha eleitoral civilizada, debato-me entre o desencanto e a necessidade de continuar a sonhar.
Depois, porque o tempo não pára, vim saltando de etapa em etapa, tentando que o realismo das visões afogasse o menos possível dos valores que se encerravam nos sonhos da idade juvenil.
Não sei bem o que consegui salvar em tanto acidente de percurso, para além de um optimismo inveterado, que tem as suas raízes na virtude sobrenatural da Esperança.
E porque tem essas raízes, tal optimismo não pode confundir-se com nenhum entusiasmo balofo, alheado das realidades que há que encarar de fronte, dispostos a dar o que se nso exugir para que o mundo melhore.
Reabro a “Resistência” para permitir o arejamento da memória, que, neste momento de comemorações – fala-se dos cinquenta anos da União Europeia – se sente abafada pelas mágoas que vieram marcando estes cinquenta anos de reflexão pessoal, talvez demasiado dependente da lembrança daqueles seis homens de Estado que dificilmente se reveriam na Europa que os políticos construiram sobre as ruinas dos seus projectos: porque tais projectos assentavam numa visão do homem inacessível à mioria dos actuais dirigentes do velho continente.
E aqui, se me não valesse mais uma vez o optimismo assente na Esperança, reunir-me-ia a todos os que não auguram nada de bom a esta Europa.

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