Saturday, September 15, 2007

MEMÓRIA E IDENTIDADE



É assim com os indivíduos, não podia ser de outro modo com as sociedades e as nações: a perda da memória produz a perda da identidade, e sem identidade o homem não sabe de modo nenhum que fazer consigo. E quando isto acontece com as instituições, ou elas recuperam rapidamente a memória, ou o seu fim está próximo.
Como é que, por exemplo, os crentes não se deram ainda conta de que na essência da liturgia está o memorial?
O memorial do Senhor, que não se limita a recordar, mas que recorda... E a liturgia celebra os mistérios da fé associando-os à lembrança daqueles que melhor os viveram.
Vêm-me estas ideias enquanto me passa pela memória a mobilização da freguesia do Souto da Carpalhosa, no dia 15 de Setembro de 1957, que também caiu ao domingo: era a festa das bodas de ouro do seu pároco, o P. Manuel Ferreira Geraldo.
Celebravam-se nesse dia, por questões de calendário, mas aproveitando o facto de coincidir com os cinquenta anos da sua chegada à freguesia como coadjutor do P. Jacninto António Lopes, de quem fora o braço direito durarnte mais de trinta anos e ao qual sucedera na função de pároco.
Que eu saiba, ninguém moveu uma palha. Como passara depercebido o cenetnário da nomeação do P. Jacindo António Lopes, passou agora também este.
Quem conhece um pouco a história da freguesia sabe quanto ela deve à memória destas pessoas, cujo esquecimento não é apenas uma injustiça muito grave: constitui também um perigoso sintoma.

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