O SORRISO DE DEUS
Dedico esta página do meu diário aos rebentos mis tenros do "bando" Aveiro-Marques-Ramos, que deu um colorido especail à minha segunda semana de Roma:
Beijinhos para a Laura, a Matilde e a Maria. As outras ficam para depois.
Decididamente, não posso dizer que me tenham corrido mal as coisas ao longo destas semanas - vou já na quarta e terei mais uma -, passadas no centro histórico de Roma, procurando conjugar o alarme permanente das mazelas da idade, com a força dos sonhos, que, quer se queira quer não, assim como são compatíveis com o peso dos anos, também surgem das ruinas e dos materiais que trazem consigo a memória das gerações que por eles passaram.
Surpresas agradáveis, no meio de tanta coisa que já esperávamos fosse assim – umas boas, outras más, como em todas as circunstâncias da vida – e os percalços que não esperamos mas que dão sabor à monotonia dos dias.
Vinha a pensar nisto, hoje, ao fim da manhã, quando procurava esquecer o incómodo dos solavancos do autocarro – condutores especialmente nervosos encontram-se em todas as latitudes – com o chilreio das crianças que vinham certamente desde o capolinea, ali, à beira da Piazza Venezia: idade do Ensino Básico, caras geralmente irradiando luz de aurora, ocupavam todos os lugares sentados, de um modo geral, elas mais para diante, eles mais nos bancos detrás, e divertiam-se com tudo o que lhes passava diante dos olhos.
Eu divertia-me com o seu divertimento.
Tanto, que quase me esquecia que chegara o momento de sair.
Reentrei no corre-corre da rua, das passadeiras de peões onde se corre um risco termendo de ser atropelado, no prosaico arrumar das coisas para que seja menos complicado retomar o trabalho... mas, sem ter feito nada para isso, senti-me com nova força para viver: aquelas crianças divertidas fizeram-me pensar mais uma vez no sorriso de Deus sobre um mundo que Lhe foge, mas que Ele não desiste de amar.
Decididamente, não posso dizer que me tenham corrido mal as coisas ao longo destas semanas - vou já na quarta e terei mais uma -, passadas no centro histórico de Roma, procurando conjugar o alarme permanente das mazelas da idade, com a força dos sonhos, que, quer se queira quer não, assim como são compatíveis com o peso dos anos, também surgem das ruinas e dos materiais que trazem consigo a memória das gerações que por eles passaram.
Surpresas agradáveis, no meio de tanta coisa que já esperávamos fosse assim – umas boas, outras más, como em todas as circunstâncias da vida – e os percalços que não esperamos mas que dão sabor à monotonia dos dias.
Vinha a pensar nisto, hoje, ao fim da manhã, quando procurava esquecer o incómodo dos solavancos do autocarro – condutores especialmente nervosos encontram-se em todas as latitudes – com o chilreio das crianças que vinham certamente desde o capolinea, ali, à beira da Piazza Venezia: idade do Ensino Básico, caras geralmente irradiando luz de aurora, ocupavam todos os lugares sentados, de um modo geral, elas mais para diante, eles mais nos bancos detrás, e divertiam-se com tudo o que lhes passava diante dos olhos.
Eu divertia-me com o seu divertimento.
Tanto, que quase me esquecia que chegara o momento de sair.
Reentrei no corre-corre da rua, das passadeiras de peões onde se corre um risco termendo de ser atropelado, no prosaico arrumar das coisas para que seja menos complicado retomar o trabalho... mas, sem ter feito nada para isso, senti-me com nova força para viver: aquelas crianças divertidas fizeram-me pensar mais uma vez no sorriso de Deus sobre um mundo que Lhe foge, mas que Ele não desiste de amar.
8 Comments:
Quando se corre, a vida ganha um outro sentido. E cores. Quanto a isso não há dúvidas.
Bom tranbalho e, sobretudo, boa respiração para a alma!!!!
E quanto a crianças divertidas...as nossas meninas..são bem divertidas ..e bem-comportadas..mas também marotinhas "onze limões meio limão!!"...e esta hein?
Em primeiro lugar, um abraço para o primeiro comentador: pois, meu caro alx, cá ando a correr... com dificuldades para chegar à meta e maiores ainda para desistir.
Talvez não consiga entrever a tempo a hora de parar. Deus, no entanto, não deixa de me mostrar o Seu sorriso, que é sempre de misericórdia.
Outro abraço.
E agora para a mãe e tia dos tais rebentos:
Foi a pensar no jogo e naquela - olhar maroto - dos "onze limões...- que ilustrei o meu post com aquele ganso decidido, a caminho dos escuteiros... também muito divertidos.
Beijinhos.
Entre abraços, lembrei-me de lhe solicitar um "trabalhito". Uns dias antes do Natal, um grupo de amigos jantou e partilhou entre si poemas (como prenda) que cada um fez para o efeito... O resultado está a ser publicado "devagarinho" num blogue novo, a saber: www.cenaculum.blogspot.com !
Se quiser passar por lá, num intervalo intelectual, e comentar, não tanto a qualidade literária das "obras, a definição que uma geração que vai dos 17 aos 35 anos faz de Deus, (cada um na sua maneira muito própria de ser, acredite)...
Abraço e bom trabalho
Desde já, obrigado pela sua presença no cenáculo.
Só para te dizer que a minha presença no cenáculo, iniciada a partir da tua informação (obrigado), procurará ser o mais discreta possível, sincera nos desabafos (poucos comentários), mas no estilo que me parece adequado ao ar poético do ambiente.
E, já agora, verás que não resisti a reler o teu poema, por sinal muito bem construído (mas tu não queres comentários estéticos), e acabei por roubá-lo para a minha colecção.
Com muita amizade, ainda que também ela uma tela inacabada... mas não interrompida.
AP
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Caro AP: Tomo a liberdade para escrever umas linhas à margem deste texto com o simples objectivo de as fazer chegar a si. Nem imagina quanto essas palavras são, para mim, um alento. E vindas de quem aprendi, para lá das lides académicas, a apreciar e a respeitar, elas têm um valor que, de certeza, não mereço. Não sou poeta, admito francamente, naquele sentido de que um poeta é-o amiudadas vezes, no exercício da pena e da escrita. Mas tenho o grato privilégio de poder ter aprendido com gente sábia o valor das coisas belas e menos belas e esforçar o seu rabisco em palavras escritas. Obrigado.
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